terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Os pacifistas e a censura

Eis o verdadeiro pacifismo

No meu vocabulário, pacifista é aquele que defende uma posição ideológica contrária à guerra e à violência. Sendo assim, eu me considero um pacifista. Acontece que há graus de pacifismo entre os pacifistas. Há aqueles que defendem apenas o não intervencionismo militar, há outros que são contra qualquer forma de violência e há aqueles que perdem a noção e vão além. Esse pessoal que perde a noção de até onde o pacifismo deve ir é que me incomoda. E da mesma forma que eu critiquei os moralistas no post passado, vou criticar também os pacifistas fanáticos neste post aqui.

Counter Strike: game vítima da censura pacifista

Videogames e desenhos animados
Eu cansei de ver censuras a jogos de videogames com o argumento de que os games eram muito bárbaros ou que faziam apologia à violência. Abaixo, vou deixar uma lista de nove jogos que foram literalmente proibidos no Brasil por causa da sua violência:

Blood (Banido por impacto de alta violência)
Carmageddon (Banido por impacto de alta violência)
Counter Strike (Banido por impacto de alta violência)
Doom (Banido por impacto de alta violência)
Duke Nukem 3D (Banido por impacto de alta violência)
Mortal Kombat (Banido por impacto de alta violência)
Requiem: Avenging Angel (Banido por impacto de alta violência)
Postal (Banido por impacto de alta violência)
Bully Scholarship Edition (Banido por influenciar o Bullying nas escolas)

Já os games da franquia Grand Theft Auto, Street Fighter e God of War escaparam por muito pouco da censura aqui no Brasil. Ao invés de simplesmente darem uma classificação etária aos jogos, os burocratas do Estado-babá e os pacifistas birutas tiveram a deplorável ideia de proibir tudo que fosse considerado "estimulador de violência". Essa mesma censura bizarra também ocorreu com filmes, livros e até desenhos animados! E é com relação aos desenhos que eu fico realmente preocupado.
Tom e Jerry: proibido no Brasil
O desenho Tom & Jerry, por exemplo, foi censurado e praticamente banido do Brasil. O canal Cartoon Network tirou 27 curta-metragens clássicos do ar e os declararam “politicamente incorretos”. Como se não bastasse a palhaçada que fizeram algumas emissoras de tevê ao cortar as cenas violentas de desenhos como Cavaleiros do Zodíaco, Yu Yu Hakusho e Dragon Ball, agora vem essa censura total a muitos desenhos absolutamente inocentes, como Popeye, Papa Léguas, Tiny Toon, South Park e o já citado Tom e Jerry. Ainda que a desculpa dos censores tenha sido mais generalizada (como a desculpa do "politicamente incorreto") a violência foi o fator preponderante para o banimento de alguns episódios ou de todos esses desenhos citados.

O público-alvo e a catarse
Classificação, sim. Censura, não.
Eu duvido muito que os pacifistas, moralistas e reguladores de conteúdo em geral conheçam os princípios básicos da psicologia cognitiva. Sim, é verdade que crianças pequenas são imitadoras naturais, e por isso, podem repetir gestos e atitudes que veem em jogos ou desenhos. E é exatamente por isso que há a classificação indicativa. Games e desenhos são criados pensando-se em um público-alvo específico. Não é porque eles não se adequam ao público A ou B, por exemplo, que os públicos C, D e E também não poderão ter acesso a eles. Censurar é uma decisão radical e inútil, pois, em tempos de internet, não há como evitar que alguém baixe e assista online o conteúdo proibido. Outro fator importante é o exagero nessas censuras. Será que uma criança que vê um gato tentando pegar um rato com um martelo vai sair por aí esmagando ratinhos com um batedor de carne? Eu acho isso bem difícil, hein?
Para provocar esse pessoal que quer censurar tudo, a faixa Adult Swim (de desenhos para o público acima de 14 anos) do Cartoon Network resolveu fazer um protesto pacífico tirando uma onda com a cara desses pacifistas malucos. Olha o que o carismático Zorak, do Space Ghost, resolveu cantar para esses apedeutas na vinheta do Adult Swin:


Por fim, algo que eu estou cansado de citar aqui no blog que é a catarse. A catarse é justamente a exteriorização de forma saudável dos nossos instintos e impulsos. Reprimir os nossos impulsos de violência nos leva, fatalmente, a liberá-los em lugares e situações erradas, como em estádios de futebol, por exemplo. Já quem assiste um filme violento ou joga um game violento exterioriza essa violência guardada de forma saudável no meio virtual. Portanto, a censura é sempre burra e estúpida. Chega dessa ditadura do politicamente correto e de moralismo e pacifismo exacerbados.

A Lei da Palmada
Tramita no Senado a polêmica Lei da Palmada, que visa proibir os castigos físicos na educação de crianças e adolescentes. Eu acho uma covardia sem tamanho um adulto bater numa criança e sou defensor ferrenho da ideia de que a melhor surra é um bom diálogo. Mas acho que alguns tipos de repreensão, como as famosas palmadas no bumbum, não são nocivas ao desenvolvimento das crianças. Praticamente todas as crianças da minha geração (e de outras mais antigas) foram educadas com palmadas e não tiveram problemas por conta isso. Claro que sou contra surras e o uso da força para "educar" as crianças, mas também acho um exagero proibir uma simples palmada ou um puxão de orelha. Além disso, não creio que seja dever do Estado decidir como os pais devem educar os seus filhos. Essa Lei da Palmada é mais uma prova do radicalismo que os pacifistas estão tentando impor ao mundo. Sei que falando assim estou parecendo um reacionário maluco, mas o pacifismo, para mim, não deveria ser tão fanático a ponto de propor leis abusivas como essas.
Enfim, tem pacifista que está precisando mesmo de umas boas palmadas para aprender a ficar de boca fechada e a não sair por aí propondo essas besteiras.


Ah, não gostou?
Então vem censurar isso aqui, vem!

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