terça-feira, 19 de janeiro de 2016

A indignação seletiva de quem sempre teve tudo


Engraçado ver essa indignação seletiva do pessoal que usa o exemplo da Venezuela para atacar a esquerda. Muita gente está indignada, e com razão, pelo fato de estar faltando comida, remédios e até papel higiênico na Venezuela. Mas essa mesma gente não fica indignada com o fato de faltar comida remédio e papel higiênico para os mais pobres nos países capitalistas. O capitalismo é um sistema que gera desigualdades naturalmente e não há como escapar do fato de que muitos serão excluídos desde o nascimento, condenados à pobreza, à fome, à violência, ao preconceito e a todas as consequência que isso tudo possa trazer. Se hoje no Brasil, mesmo com o avanço de programas sociais como o Fome Zero; o Bolsa Família; o Minha Casa, Minha Vida e outros mais, ainda temos fome e desigualdade, imagine então no tempo em que o príncipe das privatizações FHC esteve no poder. O modelo neoliberal tucano foi e é um desastre, porque não prioriza o cuidado com o povo, mas sim os interesses estrangeiros e também os interesses da nossa elite gananciosa. Antes do governo do PT – hoje tão criticado e odiado por seus programas sociais – crianças morriam de desnutrição, de inanição e de doenças em larga escala. Havia imagens de crianças no nosso país que correram o mundo onde elas mais se pareciam com as crianças subnutridas de países como Etiópia ou Eritreia. O Brasil não está uma maravilha, mas já foi muito pior. Esse ódio generalizado contra a esquerda deveria ser direcionado para as mazelas e desigualdades do capitalismo: esses, sim, são os verdadeiros problemas. Desculpe, mas eu JAMAIS acharei justo viver num mundo onde é proibido roubar comida, mas onde não é proibido morrer de fome. A inclusão social é uma necessidade num mundo onde muitos são milionários sem nunca terem trabalhado e onde a maioria se mata de tanto trabalhar para ganhar um salário irrisório que, em grande parte, acaba indo para os cofres de acionistas, rentistas, investidores, banqueiros e magnatas em geral que vivem do trabalho alheio para manter os seus luxos.
O mundo ideal é aquele onde não falta papel higiênico para ninguém: e não só para a classe burguesa.


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