domingo, 3 de abril de 2016

Machismo, mentiras e ignorância política

A fúria para o homem é uma virtude; já para a mulher, a fúria é um defeito

Se o problema do Brasil hoje fosse apenas a corrupção de um único partido, eu estaria calado. Mas além da corrupção ser um problema generalizado no país – e não apenas restrito aos políticos – temos ainda o machismo, o racismo, o elitismo, a homofobia, o macartismo, o fascismo, o separatismo, o fanatismo e a intolerância. A revista LixoÉ IstoÉ dessa semana, por exemplo, trouxe uma capa reacionária e machista onde debocha da presidenta Dilma, alegando que ela estava fora de si, descontrolada, histérica e louca (gaslighting puro) por medo de perder o mandato. E a reaçada da internet seguiu a tendência, chegando ao ponto de ter gente dizendo que "o Brasil nunca precisou de uma vagabunda comunista para presidente". Sei que seria ingênuo esperar que a primeira mulher Presidente da República fosse respeitada em um país onde a ditadura do machismo manda e desmanda. Porém, para o bem da argumentação dos próprios antipetistas, é preciso saber separar o joio do trigo nas críticas. Uma coisa é criticar a forma como a presidenta governa. Outra coisa é criticar a presidenta de forma vil por ela ser mulher. Isso é um absurdo total, porque aí o ataque não é ao PT: o ataque é contra as mulheres.

Outra coisa que tem me tirado do sério nas redes sociais é essa mania que os antipetistas têm de dizer que todo mundo que é contra o Golpe está recebendo dinheiro do governo. Eu nunca recebi um centavo sequer para saber interpretar o que está escrito na Lei de Responsabilidade Fiscal. Pedaladas fiscais não são motivo para impeachment – até porque se fosse, todos os governadores e prefeitos que as fizeram teriam que ser impichados também. Eu sei muito bem que o direito não é uma ciência exata: fato que abre margem para interpretações diferentes da Constituição. Mas um processo de impeachment aberto e conduzido ilegalmente por um corrupto comprovado como o Eduardo Cunha não merece legitimidade. Esse impeachment é uma vingança contra o PT imposta por um presidente da câmara que está louco para virar vice Presidente da República e fugir da cassação. O que querem, como disse Duvivier, é lavar o chão com bosta.

O terror continua, só mudou de cheiro e de uniforme...

Para terminar, eu desconfio muito desse pessoal que quer a queda do PT de todo jeito. Eu pergunto para essa gente: E depois que o PT cair, o que vai ser? O PMDB – que governou ao lado do PT por 13 anos, ganhando ministérios e outros cargos públicos – agora finge que é oposição só porque o titio Temer ficou de mal da titia Dilma. O PMDB também foi parceiro do PT no Petrolão e fingiu que não viu nada e não sabia de nada. Será que eles viraram santos de uma hora para a outra só porque estão contra o PT agora? Michel Temer abraçou o golpismo com força e ninguém mais tira de sua cabeça a ideia fixa de que ele "nasceu para ser presidente". Engraçado que há um ano atrás, o mesmo Temer achava o impeachment um absurdo. Hoje, que ele pode realizar o sonho de deixar de ser um vice decorativo, sua opinião mudou radicalmente e o impeachment passou a ser legal. O PMDB apenas traiu o PT em busca de algo maior sem ter que passar pelas eleições.

Mudou rápido de opinião, hein?

Acorda, meu povo!

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