quarta-feira, 11 de maio de 2016

A república bananeira tupinambá segue em marcha a ré


O impeachment de Dilma Rousseff, caso seja consumado, será mais um capítulo do nosso mirabolante caos político que já dura 516 anos. A plutocracia (vulgo elite) brasileira, como se pode perceber, não consegue suportar nem 28 anos de democracia e já começa a usar suas artimanhas para destituir mais um governo legítimo através de um Golpe de Estado mal disfarçado de impeachment. A tragicomédia que se transformou o nosso sistema político é um sintoma de que necessitamos de reformas políticas e tributárias para ontem. O analfabetismo político de grande parte do eleitorado brasileiro, que votou massivamente em palhaços, corruptos e fanáticos religiosos, também é pauta obrigatória dessa reforma política. Assuntos como legislação, política e economia precisam ser vistos ainda no ensino fundamental para evitarmos que um deputado ganhe votos para transformar o país numa teocracia. Ou mais grave ainda: que se eleja comprando votos ou fazendo votos de cabresto na sua congregação.

E você confiando na Globo...

O Brasil há de aprender como lição, assim como os países mais maduros politicamente já aprenderam, que democracias precisam de tempo para amadurecer. Impeachment – ao contrário do que os pseudo entendidos pensam – não é antídoto para governo ruim ou para crises. O impeachment é um recurso absolutamente traumático e radical que deve ser usado apenas contra o governante que comete crime doloso no sentido pleno da expressão. Dilma Rousseff, vítima desse complô político sexista, arbitrário e plutocrata, não é acusada sequer de corrupção. As tais "pedaladas", que já foram ressarcidas em outubro de 2015, seguem, por ironia do destino, sendo julgadas por corruptos e ex-governadores que também pedalaram impunemente em seus mandatos. Já o (des)governo Temer, um governo que é patrocinado pela plutocracia sem nenhum voto válido, vai impor a agenda da elite oligárquica contra as agendas democráticas propostas nas eleições de 2014. O povo, especialmente os mais pobres, será que mais irá sofrer com as consequências deste Golpe dissimulado. Este Golpe é uma retomada à força do poder por parte da elite econômica dominante.


Com Dilma Rousseff fora do cenário político, os brasileiros também terão uma segunda lição importante: entender que o neoliberalismo (prioridade do governo Temer) não é solução para porcaria nenhuma. Esse neoliberalismo atrelado às ideias de direita – que virou moda no Brasil de uns tempos para cá – é rejeitado por economistas e por políticos sérios de países desenvolvidos, incluindo aí os EUA. O neoliberalismo proposto pela ala golpista é amplamente condenado entre os acadêmicos pelo fato deste sistema ser fortemente concentrador de renda e destruidor de economias emergentes a médio prazo. A solução para o Brasil crescer é vencer suas desigualdades, melhorar a distribuição de renda, gerar mais empregos, se estabilizar para atrair investimentos, investir em industrialização, em educação e em tecnologia. Privataria, desigualdade, desregulação estatal, austeridade fiscal e arrocho salarial são venenos para países em desenvolvimento como o nosso.
Mas como brasileiro só aprende depois de quebrar a cara várias vezes, teremos que engolir mais um Golpe e mais neoliberalismo concentrado na veia durante alguns anos para aprender a fazer as escolhas certas e a respeitar a democracia. O regime plutocrata que vem por aí vai devolver o comando do país para quem nunca teve o menor compromisso com a democracia e com o povo.

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