segunda-feira, 9 de maio de 2016

O xadrez político atinge o seu apogeu


Apesar do presidente interino da Câmara, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA), ter causado uma euforia precoce na ala governista ao anular a votação do impeachment, isso, em termos práticos, não significa muita coisa. A oposição já pediu a cassação de Waldir Maranhão e o presidente do senado, Renan Calheiros, fez papel de Pôncio Pilatos, lavando as mãos ao rejeitar a decisão do presidente interino da Câmara. Já o PT e Waldir Maranhão prometeram recorrer da decisão de Calheiros: fato este que pode judicializar o processo de impeachment. Enfim, uma trama política rocambolesca cujo final parece estar cada vez mais imprevisível.
Esse verdadeiro jogo de xadrez político que estamos vivenciando mostra lances complexos repletos de nuances maquiavélicas cujos resultados são muito difíceis de calcular. Isso nos leva a crer, indubitavelmente, que a compreensão da nossa atual conjuntura política não é para amadores ou pitaqueiros pernósticos das redes sociais. Os historiadores do futuro terão uma dor de cabeça enorme para descrever nos livros toda essa balbúrdia que a disputa pelo poder está causando hoje. Até mesmo peças supostamente descartadas deste jogo, como Eduardo Cunha, por exemplo, são capazes de exercer grande influência neste jogo político. Dizem até que o presidente interino da Câmara, o Sr. Waldir Maranhão, é homem de honra do Cunha: fato este que pode indicar que a decisão pela anulação teria como objetivo atingir Michel Temer e os antigos aliados que estariam "abandonando" Cunha. Outros já dizem que a decisão pela anulação do impeachment foi financiada pela base governista. Enfim, tudo especulação. O fato é que poucos sabem ao certo o que realmente ocorre nos bastidores dessa trama política. O que resta a nós, telespectadores, é aguardar pelos próximos capítulos – ou melhor: pelos próximos lances – para tentar compreender melhor quem está planejando o quê e para onde essa bagunça toda está nos levando.

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