quarta-feira, 29 de junho de 2016

Nem tudo que voa é disco voador

Isso não é o que você gostaria que fosse

Se fizéssemos uma viagem no tempo para a Idade Média, notaríamos que sempre que as pessoas olhavam para o céu e viam algo inexplicável, as respostas eram as mesmas: sinais dos deuses, anjos, dragões, maus presságios, estrelas caindo do céu, pássaros de fogo e coisas do tipo. Hoje, em pleno século 21 e com todo o conhecimento científico que temos, as pessoas insistem em rotular qualquer coisa que veem de estranho nos céus de naves alienígenas, seres espaciais, seres intraterrestres, seres extramensionais, discos voadores, etc. As suposições mudaram de lá para cá, mas uma coisa permaneceu exatamente a mesma: a nossa necessidade de encontrar explicações imediatas para o que não conseguimos explicar. Sim, o cérebro humano odeia a dúvida. E por isso nos vem sempre a explicação que mais está na moda na nossa época ou que nos parece mais confortável ou extraordinária. Um simples balão pode ser tratado como um disco voador por uma pessoa menos cautelosa e com sede de respostas fáceis e imediatas. Mas para descobrirmos a verdade, para sabermos do que realmente se tratam as "coisas estranhas no céu", precisamos sair do senso comum e passar a usar o ceticismo, o pensamento científico, cauteloso e curioso de quem não se rende a respostas fáceis.
Pela própria Navalha de Occan, podemos deduzir que a probabilidade de uma luz no céu se tratar de uma nave extraterrestre é quase nula, dada a imensa distância que nos separa de outros sistemas solares e a ausência absoluta de evidência de vida fora da Terra. Não que extraterrestres não existam ou que eles não possam aparecer por aqui, mas o fato é que com um pouco de lógica, conhecimento e observação podemos facilmente identificar que não estamos lidando com um OVNI e sim com objetos bem conhecidos. Balões, drones, aeronaves, estações espaciais, satélites, cometas, raios globulares, estrelas e até lixo espacial podem ser confundidos com naves alienígenas. O gráfico abaixo ajuda a explicar isso melhor:


Essa mania de "Não sei o que é, logo, é um disco voador" é de uma inocência pueril típica de quem não se dá ao trabalho de pensar. Quando não é possível identificar do que se trata, então apenas podemos dizer que não sabemos o que é. É claro que explicações fantásticas são muito mais atraentes. Ninguém se sente atraído quando dizem que um balão meteorológico sobrevoou a cidade, mas quando falam que uma nave misteriosa cortou os céus, a audiência está garantida. É por isso que livros sobre alienígenas e deuses astronautas vendem muito mais que livros de ciência, porque a maioria das pessoas quer algo fantástico e inusitado para fugir da realidade monótona e dura que vivemos. Mas se você quiser ir além dessa visão simplória e ver a realidade como realmente ela é, vai ter que encarar o fato de que a realidade nem sempre é do jeito que gostaríamos que ela fosse. Escolha a pílula vermelha e se deixe ser levado pela razão ao invés da imaginação.

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