domingo, 24 de julho de 2016

Temer só cairá no momento oportuno para a plutocracia


Todo mundo que tem o mínimo de lucidez sabe que Michel Temer não tem a menor condição de ser Presidente da República, seja por ser ficha-suja ou por ser um traidor impopular. A plutocracia brasileira – encabeçada pelos barões da mídia corporativa, pelos bancos privados, pelo alto patronato, pelas megacorporações e pela alta burguesia em geral – também sabe disso. Temer é apenas um fantoche transitório que já está ameaçado pelo seu maior aliado, Eduardo Cunha, de cair fora. Temer certamente cairá, mas isso não pode acontecer antes de 2017, porque senão teremos exatamente o que a plutocracia não quer: novas eleições. Novas eleições seriam uma ameaça para os planos da nossa elite econômica que sempre mandou na nossa política. Então, primeiro, o plano é garantir que Dilma não voltará. Para isso, Cristovam Buarque e Romário não podem sequer sonhar em mudar seus votos a favor do golpe. Certamente receberão uma recompensa por manterem os votos. Com Dilma definitivamente afastada e Temer sendo protegido pela grande mídia com métodos sujos, ele só sairá antes de 2017 se alguém tiver um Death Note nas mãos.
Com Temer fora da jogada em 2017, haverá eleições indiretas realizadas pelo Congresso mais reacionário desde 1964. Não tenho a menor dúvida que o presidente eleito pelo congresso – sem qualquer participação do povo – será um membro do entreguismo cleptocrata. Eu apostaria em qualquer um do DEM ou do PSDB. Este governará o Brasil durante dois anos fazendo uma versão agressiva do neoliberalismo: mais agressiva, inclusive, do que vimos com FHC. Mesmo que em 2019 assuma um presidente progressista que esteja do lado do povo, o estrago causado durante os dois anos e meio de neoliberalismo será irreversível. Portanto, a hora de pressionar para que Temer caia é agora. Depois disso, será tarde demais.

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