sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Setembro amarelo e a questão do suicídio


Acredito que a maioria das pessoas já esteja sabendo que o mês de setembro foi escolhido para se fazer uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. Assim como outubro é um mês dedicado à prevenção do câncer de mama (outubro rosa) e novembro é voltado para a prevenção do câncer de próstata (novembro azul), essa campanha contra o suicídio ficou conhecida como setembro amarelo.
A questão do suicídio é terrivelmente complexa e para abordá-la a fundo, eu precisaria escrever uma série de postagens longas e exaustivas sobre o tema. Como não tenho tempo e nem estou com paciência para escrever sobre esse assunto, vou tentar ser breve.

A postagem mais acessada deste blog é, de longe, aquela sobre suicídio e eutanásia – dado este que comprova que o suicídio é algo bastante recorrente no Brasil. Esse fato apenas evidencia que é uma questão de saúde pública preveni-lo. Como o suicídio é um tabu e a maioria das pessoas não tem nenhuma informação sobre como lidar com ele, resta a internet para debater quase sempre de forma impulsiva e irresponsável sobre este tema delicado. O suicida, quando busca a internet, não é atrás de ajuda, mas, sim, em busca de formas de se matar sem sofrer. Como não sou profissional da área de saúde, não posso indicar meios ou métodos eficazes para prevenir o suicídio, mas há bastante material na internet sobre como evitar que tragédias desse tipo aconteçam. Sabemos que a depressão e o transtorno bipolar são umas das causas mais recorrentes nesses casos, por isso, a ajuda médica é indispensável. É preciso que o suicida em potencial tenha alguém de confiança com quem conversar e com quem contar para deletar essa ideia da sua vida.

O fato nessa história toda é que todo mundo já deve ter descoberto que a vida não é fácil, não é justa e nem tem sentido, como bem resumiu o professor Ataliba em um de seus vídeos mais lúcidos. Então é de se esperar que em vários momentos de dificuldade ou desespero, as pessoas pensem em desistir de viver. Porém, é preciso aprender a ser forte, um gigante, para suportar as vicissitudes da vida. Como diz o ditado: se a vida nos der um limão, temos que fazer uma limonada. É preciso aprender a ver o lado bom das coisas ruins. Só que nem sempre é fácil perceber isso sozinho. Como as estatísticas vem comprovando, encarar a questão do suicídio sozinho é quase sempre desastroso.
Eu não julgo quem quer tirar a própria vida, mas também acho uma covardia não fazer nada para tirar essa ideia da cabeça de uma pessoa, sabendo que muitas vezes o suicídio é feito impulsivamente e poderia ser evitado. Acho também uma bobagem essa história de romantizar a vida como método de prevenção, como se tudo fosse maravilhoso, na hora de convencer que o suicídio não é a melhor escolha. É preciso, sim, dizer a verdade, porque somente sendo forte e determinada, a pessoa terá condições de encarar a vida sem pensar em se matar. Além, claro, de saber que tudo na vida é passageiro.

Tirar a própria vida é uma coisa que não faz sentido para mim, dada a verdadeira dádiva que ela é. Digo isso porque, apesar das dores, a vida é a única chance que temos de amar, de sorrir, de ter amigos, de se encantar com a existência, de realizar sonhos e de se sentir vivo. A vida não é bela, como dizem os mais românticos, mas ela é a única possibilidade que temos de sentir o gostinho da felicidade de vez em quando. E é exatamente pela vida ter um fim inevitável que ela deve ser bem vivida até o seu último instante.

Para terminar, uma reportagem rapidinha sobre o tema:

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