quinta-feira, 27 de julho de 2017

A esquerda, a direita e os fascistas


No Brasil de hoje existem basicamente dois tipos de pessoas. As que têm empatia e as que não têm. Aquelas que têm empatia pelos seus semelhantes podem ser de esquerda ou de direita. Já os sem empatia são fascistas por natureza. Não pretendo falar sobre os fascistas porque eles são fruto de uma salada cultural histórica que leva ingredientes como: narcisismo, egocentrismo, racismo, ódio, elitismo, pensamento escravista e macarthismo patológico. Esses não têm salvação e nem merecem qualquer consideração. Eles são um óbice rumo a uma sociedade minimamente civilizada, justa e humana.

Entendeu por que fascista não merece nem consideração?

Já os que têm empatia são subdivididos entre coletivistas e individualistas. Os individualistas acreditam que tem que ser cada um por si e que cada pessoa é responsável pelo seu próprio sucesso ou fracasso. Eles defendem um sistema onde o mercado predatório deve funcionar livre de "burocracias estatais" para proteger a "meritocracia". Esses são de direita.
Já os que colocam em primeiro lugar os cuidados com os menos favorecidos e vulneráveis entre nós para que possamos ter um bem estar coletivo são de esquerda. Os esquerdistas, via de regra, defendem que o Estado é responsável por oferecer educação, segurança, moradia e saúde pública de qualidade gratuitamente para todos. Tem também os isentões e os que pensam de maneira mista, mas esses quase sempre seguem o senso comum e aderem à direita inconscientemente.

A diferença entre o pensamento individualista e o coletivista

O fato nessa história toda é que ter empatia só não basta. O livre mercado – o tal laissez-faire, laissez-passer tão idolatrado pela direita – nunca resolveu as mazelas sociais. Menos impostos também não resolvem os problemas sociais, porque os impostos são indispensáveis para oferecer serviços públicos à população, especialmente a mais crente. Menos Estado também não resolve, porque isso cria uma casta burguesa que passa a governar de maneira quase aristocrata.
Ver o Estado como única esperança também não é muito efetivo, porque o atual Estado burguês nem sempre está preocupado em cuidar das pessoas e em oferecer serviços públicos decentes. A efetividade só está em duas possibilidades.
A primeira é um grande acordo de classes, como Lula fez de 2003 a 2010, onde todos saem ganhando. Nem o rico deixa de ficar mais rico, nem o pobre morre de fome e nem a classe média perde seus direitos. A outra possibilidade é a revolução. Não digo uma revolução armada, mas uma revolução política onde haja uma nova assembleia constituinte, auditoria da dívida, reforma política, reforma agrária, reforma tributária, combate à sonegação fiscal e democratização e regulação da mídia. Sem isso, não adianta nada ter empatia. Qualquer coisa fora isso é desastre na certa.

É mais ou menos esta a situação social do Brasil.

Se a empatia não pode ser colocada em prática, não adianta muita coisa se orgulhar de tê-la. É preciso ter maturidade política, conhecimento mínimo sobre o sistema e o mínimo de paixão ideológica possível para poder dialogar de forma efetiva com quem pensa diferente de nós. Enquanto essa classe média orgulhosa não entender que se não for bom para todo mundo não será bom para ninguém, continuaremos vendo o país andando para trás.

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