domingo, 30 de julho de 2017

A Venezuela não é o Bananil


Como hoje é dia de domingo e eu estou cansado e sem tempo para escrever algo mais profundo, vou aproveitar o embalo da Constituinte venezuelana para divulgar um texto excelente do jornalista, professor e escritor Leandro Fortes. A chiadeira geral da imprensa burguesa e dos reaças de todo o continente americano sobre a Assembleia Constituinte na Venezuela só mostra a necessidade de desmistificar o que ocorre naquele país – coisa que o Leandro Fortes faz de forma concisa no texto que vou deixar na íntegra a seguir:

"À MODA CHILENA
Na Venezuela, o novo modelo de golpe midiático-judicial não pôde ser aplicado porque, antes de morrer, Hugo Chávez tomou duas providências cruciais: aparelhou o poder judiciário e politizou os pobres.
Goste-se ou não dessas medidas, elas estão na base da resistência do governo Maduro às investidas das mesmas forças reacionárias que derrubaram os presidentes de Honduras, Paraguai e Brasil – e se mantêm em armas contra todo governo que ouse ser popular na América Latina.
Na Venezuela, diante da resistência do governo, a direita local apelou para a velha fórmula de asfixiar a economia, com redução artificial de oferta de alimentos e bens de consumo, para gerar o caos. Exatamente como fizeram com Salvador Allende, no Chile, no início dos anos 1970.
O resultado foi a ditadura genocida do general Pinochet e a entrega das riquezas chilenas a companhias dos Estados Unidos e da Europa.
Então, antes de condenar a reação de Maduro às manifestações financiadas por empresários fascistas, pense que, lá, como aqui, não tem ninguém preocupado de verdade com corrupção e liberdades democráticas.
O que os fascistas venezuelanos querem é colocar a mão de volta no oceano de petróleo que existe em baixo do país.
E voltar a passar os feriados em Miami."


A moral da história é que a Venezuela de Maduro – por mais que os EUA, a direita entreguista e os fascistas tentem provar o contrário – está tentando preservar a soberania popular. Quem está tentando destruir a democracia venezuelana é justamente essa corja neoliberal que quer fazer com a Venezuela o mesmo que os golpistas estão fazendo com o Brasil. Mas lá a banda toca de outro jeito. República bananeira é a nossa.

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