sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O problema do Brasil é o poder legislativo


Conversando com um conhecido sobre política, ele me disse o óbvio: o problema do Brasil é o poder legislativo. Sim, sem dúvida. Afinal, são os deputados e senadores que estão aprovando essas reformas ultra liberais e foram eles também que por ganância, avareza e sede de poder rasgaram a Constituição naquele impeachment bizarro contra Dilma Rousseff. Daí que eu fiz ao meu conhecido a pergunta que não quer calar: como evitar que esses deputados salafrários cheguem ao poder? A solução para essa questão, infelizmente, não é fácil. Vejamos o porquê...


O meu conhecido sugeriu que o povão deve votar nos deputados e senadores que lutem pelos trabalhadores, pelos mais pobres e pelas minorias. Mas é aí que está o problema. Nenhum deputado do mundo se elege prometendo congelar os investimentos em saúde e educação ou atacando a aposentadoria. Todos eles sempre prometem governar para o povo em campanha, mas eles governam, na verdade, para quem financia suas campanhas, que são: empresários, banqueiros, latifundiários, pastores, magnatas e plutocratas em geral. Infelizmente, a campanha de um político só é financiada se ele fizer favores para quem a financia. Neste contexto de uma 'democracia de faz de conta', o povo vira massa de manobra porque cai no velho truque da demagogia e das falsas promessas. Desse modo, apenas os candidatos do grande capital têm chances reais de vencer as eleições. Temos que mudar isso proibindo o financiamento privado ilimitado das campanhas eleitorais. Essa é a solução mais democrática, mas só surtirá efeito a longo prazo – além de não ser nada fácil aprovar uma mudança dessa magnitude no atual sistema político oligarca.
A curto prazo, o que nos resta é que os candidatos progressistas ao executivo – Lula, Ciro e Luciana Genro – peçam para que os seus eleitores votem em candidatos também progressistas para o poder legislativo. Isso reduziria a fatia gigantesca que compõe o centrão, os empresários, os ruralistas e a bancada evangélica: fatia esta responsável por aprovar as reformas neoliberais e por salvar Michel Temer. Se quase metade do congresso fosse formada por deputados progressistas, daria para garantir, pelo menos, a não aprovação dessas reformas do pós Golpe.

Tem outro aspecto que também precisa ser incluído: a educação política. Um povo que aceita vender o voto, que vota em candidatos só pelo jingle de campanha ou para receber favores pessoais em troca não poderia esperar ter políticos preocupados com o social. É preciso mudar essa mentalidade mesquinha, tosca e egocêntrica de parte da população.

Enfim, o Brasil só irá para frente quando o povo aprender a votar para o legislativo.

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